sexta-feira, 20 de abril de 2012

Amamentação Exclusiva - 6 meses

Conseguimos!!!

Muitas pessoas não consideram importante amamentar exclusivamente ao peito o bebê até o sexto mês de vida.

Porém, isso para mim foi primordial. E não imaginei que seria tão dificil, mas foi. Não porque eu não queria, mas porque para o mundo todo, isso é tempo demais.

O que mais ouvi foi: "Dá uma mamadeira pra ela dormir melhor", "Ela ainda não toma suco?", "Ela ta com fome, dá uma papinha, ela já tem 4 meses", "Tá muito calor, dá uma aguinha pra ela".

Mas a verdade é que é fundamental amamentar até o sexto mês exclusivamente, por diversos motivos, como diminuir riscos de: Obesidade infantil, colesterol alto, aumentar inteligencia e imunidade, do bebê, desenvolvimento fisico e ortodontico do bebê, além do benefício financeiro.

Mas por mais dificuldades que enfrentamos, conseguimos alimentar a Lara até os 6 meses somente com leite materno. E aos poucos fomos iniciando a introdução alimentar, sem pressa, sem pressão.

E estamos muito bem, obrigada!

A Lara até agora só pegou um resfriadinho aos 2 meses, com um pouco de inalação foi tudo resolvido. Agora, vive no chão, brinca com água e estamos muito bem. E espero que continue assim.

Acredito que a amamentação exclusiva realmente aumenta a imunidade dos bebês, e continuar amamentando até os 2 anos ou mais (ou até quando for possível), complementa a alimentação e reforça a imunização.




Portanto, até quando a Lara quiser, teremos muito leite, pra dar e vender!!!

Fonte: http://amamentacaoexclusiva.blogspot.com.br/2011/05/beneficios-da-amamentacao-exclusiva-por.html

Vizinhança

Tirei algumas fotos dos nossos vizinhos para a Lara ver quando crescer, e aqui estão. (já que esse blog é pra ela mesmo)




Dentes!!!

Eu achava q isso ia demorar...

Mas não é que agora resolveram aparecer os dentes da minha menininha? Mas ainda não conseguimos tirar nenhuma foto, ela não deixa!!

Pois é, no início de Abril percebemos uma pontinha na gengiva de baixo, e quase nenhuma alteração. Nada de febre, pouco irritação, mas tudo normal.

E uma semana depois, percebemos que não era apenas um, mas dois! E agora nossa bebezinha está crescendo, quer morder todos e tudo, e algumas vezes fica irritadinha.

Para melhorar a irritação lembrei de um post que havia visto no blog do Pedriatra Cacá sobre Picolés de Leite Materno e resolvi fazer pra Lara.

E não é que ela gostou? Alias, ADOROU! Não queria largar e ainda ficou brava quando acabou.

Segue a dica pra quem tem bebês irritados por causa do dente.

O gelo amortece um pouco a gengiva que está doendo, e acalma o bebê, e o leite é super saudável, já que mesmo congelado o leite mantém suas características.

Coloquei um palito de picole na forminha de gelo mesmo e foi SUCESSO hehe

Segue uma fotinho da Lara com seu picolezinho (e com cara de maluca hehe)




quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Leite, só de mãe!!!

Leite...

Antes de mais nada: leite, só de mãe. Todo animal mamífero mama no peito até poder alimentar-se sozinho, mas é no peito de sua própria mãe. As histórias de Rômulo e Remo, amamentados por uma loba, e de Tarzan, criado por uma macaca, e de Mowgli, criado também por uma loba, são meras exceções que confirmam a regra: leite, só de mãe.


Leite é sangue que deixa de correr pelo umbigo e sai pelo bico do seio. Até do masculino, afirmam as Amigas do Peito, se for bem sugado: a glândula desperta. As mães-de-leite que o digam, se é que ainda existem, criando no peito o filho dos outros – que passava a ser seu, com seu sangue circulando pelas veias.


E na boca a criança começa a aprender. Tem que puxar, tem que querer, às vezes chora de tão difícil que é no comecinho. Para a mãe às vezes também é difícil, encontrar a melhor posição às vezes leva uns dias, às vezes cansa. Mas sempre acabam se ajeitando. Da boca do neném o leite desce para o estômago, de lá para os intestinos, ativando no corpinho tudo aquilo que está pronto a funcionar. Devagar, devagarinho, deixando o tempo passar...


Botou pra arrotar? Arrotou? Golfou? É normal. Golfada é uma sobra pequena de leite, diferente do vômito, que é grande e sai com muita força. Golfar acontece de vez em quando. Mas arrotar tem que ser sempre, até duas ou três vezes depois de mamar, ou mesmo no meio da mamada, senão o bebê fica agoniado.


E ele dorme, come, cresce. Logo abre os olhos, logo dá um risinho, vai ficando com um jeito que é só seu. Acorda somente pra mamar ou porque está molhado e se sente incomodado. Não está pronto pra ir à luta, tem que ser cuidado, e sobretudo tem muito direito ao que é seu: como diz minha mãe, aquele leite ali do peito o bebê trouxe com ele. É dele, não lhe pode ser negado.

- Ah, mas me disseram que meu leite é fraco...


Fraco? Estão aí os organismos mundiais de saúde para atestar: mesmo o leite da mãe anêmica, aquela típica biafrense, é nutritivo para o filho. As reservas biológicas da mãe se escoam todas para o filho. Mãe, só tem uma. Leite, só de mãe.


- Ah, mas um leitinho de vaca bem fresquinho... Eu fui criado com leite de vaca, sabe? A gente tomava uns dez litros por dia lá na fazenda. Era bom demais...


Tirem-me da frente de uma tigela de nata! Leite de vaca é uma gostosura, e também se não fosse não fazia o sucesso que faz. Docinho, né? Mui doce, três vezes mais que o leite humano. O açúcar dele se chama lactose. Para digerir essa lactose o pâncreas tem que fabricar uma enzima chamada lactase, ase, com a. Mas vejam só, na maior parte do planeta você só produz essa enzima até, no máximo, os 7 anos de idade. Daí para a frente a natureza acha que já dá pra você se virar sem leite, e até sem mãe, que afinal você já tem todos os dentes.


Mas vamos supor que você goste de um leitinho, então todo dia vai lá e pá, café com leite, copinho de leite no bar, leitinho quente antes de deitar. E o intestino péssimo, cheio de gases; o fígado esquisito; alergia na pele; peito encatarrado; uma sensação de cansaço, vista fraca, preocupações intensas.


Vai ao médico. Exames. Paranóias. Remédios.


Agora, pega uma lente de aumento e olha bem no fundinho do diagnóstico que tá lá: deficiência de lactase, ase, com a, a enzima que dissocia o açúcar do leite.
Sutil, não é mesmo?


Nada errado com o leite: você é que é deficiente, viu?
E ainda por cima, sabe-se lá com que você andou misturando esse leite?


Quê? Com carne? Valha, que as pragas de Moisés não te caiam sobre a cabeça. Imagine que a religião judaica é cheia de recomendações alimentares, e uma delas diz para nunca misturar o leite da mãe com o sangue do filho. Passando por alto parece uma coisa assim romântica, sentimental, quando eu era pequena pensava que era para a vaca não ficar triste porque o filho ia ser comido, mas não é bem isso. É que tanto a carne quanto o leite são proteínas completas, o que já dá um certo trabalho ao estômago, e ainda por cima são de tipos completamente diferentes. O suco digestivo que serve para a carne não serve para o leite. Isso quer dizer que logo apodrece algo no reino do estômago, às vezes pinta como azia, má digestão, salta um sal de fruta!


- Ah, mas um leitinho... E de mais a mais, de onde meu filho vai tirar cálcio se não beber leite?
Boa pergunta. Mas de onde a vaca tira tanto cálcio? Do capim. Elefantes e outros herbívoros de grande porte também. As folhas verde-escuras da mostarda, da couve, da salsa, das algas marinhas, o gergelim, a castanha-do-pará, alguns chás como o banchá e o chá verde, misso, dente-de-leão, folhas de nabo, trigo-sarraceno, grão-de-bico, queijo de soja, soja verde, feijão, melado de cana: tudo isso tem cálcio, e muito.


Agora vê:


100 gramas de leite de vaca 118 mg de cálcio

100 gramas de leite de cabra 129 mg de cálcio

100 gramas de queijo de soja 128 mg de cálcio

50 gramas de salsa 102 mg de cálcio

50 gramas de grão-de-bico 150 mg de cálcio

10 gramas de gergelim 116 mg de cálcio

10 gramas de alga hijiki 140 mg de cálcio

10 gramas de alga kombu 80 mg de cálcio

6 g de pó da casca do ovo 2400 mg de cálcio

e 100 gramas de leite humano, apenas 35 mg de cálcio.


Cálcio de leite humano. Para ossos, dentes, rins e fígado humanos. Pois é. E as fontes vegetais de cálcio são todas fáceis de assimilar. A proteína do leite materno, albumina, é própria para gente digerir. Mas a caseína, que é a proteína do leite de vaca, é barra pesada. Pode deixar seu bebê com diarréia, mal-estar, alergias. Por isso é que os antigos tomadores de leite preferiam sempre coalhada, iogurte, leitelho, queijo. O processo de fermentação pré-digere as proteínas. De qualquer forma, como uma alimentação rica em leite de vaca sempre vai ser excessiva em relação às necessidades humanas, o excesso irá se depositando pelos cantos. Em forma de gordura sob a pele; como catarro pegajoso nos brônquios, intestinos e pulmões; como açúcar, infernizando um tanto a vida do pâncreas e do fígado e depois se convertendo também em gordura; e finalmente como excesso mesmo, proteína não assimilada que fica rolando pelo sangue e acaba infeccionando em algum lugar. Espinhas são isso, proteína que apodreceu e o corpo quer eliminar.


Tem mais: o leite que se vende por aí quase não tem gordura, e a gordura natural do leite é fundamental para a absorção do cálcio. Tanto que até o governo americano já recomendou que se substitua o leite desnatado pelo integral.


Outra coisa: não há um consenso científico sobre as nossas necessidades diárias de cálcio, porque isso varia muito de pessoa para pessoa. A gente transmuta os alimentos dentro do corpo, sintetiza o que antes não existia, absorve até mais do que precisa. Excessos de cálcio vão criar vértebras calcificadas, articulações duras, cálculos renais. Mas, como referência, o que se tem dito é que crianças precisam de 400 a 500 mg por dia, adultos 800 mg, adolescentes, grávidas e mães amamentando 1200 mg; e é bom lembrar que o sol e os exercícios fixam o cálcio no organismo, da mesma forma que a mastigação fixa o cálcio nos dentes.

O bebê mama, dorme, cresce.
Depende todinho de você.
Quando está nervoso, é o calor do seu corpo que o acalma.
Então, me diga: você acha mesmo que uma vaca se preocuparia com ele tanto quanto você?
E a Nestlé?


Por Sonia Hirsch. Mamãe, eu quero, guia prático de alimentação para crianças de todas as idades.

Fonte: http://correcotia.com/mamae/index.html

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A cólica - por Carlos Gonzalez




A cólica - Por Dr. González


Os bebês ocidentais costumam chorar bastante durante os primeiros meses, o que se conhece como cólica do lactente ou cólica do primeiro trimestre. Cólica é a contração espasmódica e dolorosa de uma víscera oca; há cólicas dos rins, da vesícula e do intestino. Como o lactente não é uma vesícula oca e o primeiro trimestre muito menos, o nome logo de cara não é muito feliz. Chamavam de cólica porque se acreditava que doía a barriga dos bebês; mas isso é impossível saber. A dor não se vê, tem de ser explicada pelo paciente. Quando perguntam a eles: “por que você está chorando?”, os bebês insistem em não responder; quando perguntam novamente anos depois, sempre dizem que não se lembram. Então ninguém sabe se está doendo a barriga, ou a cabeça, ou as costas, ou se é coceira na sola dos pés, ou se o barulho está incomodando, ou simplesmente se estão preocupados com alguma notícia que ouviram no rádio. Por isso, os livros modernos frequentemente evitam a palavra cólica e preferem chamar de choro excessivo na infância. É lógico pensar que nem todos os bebês choram pelo mesmo motivo; alguns talvez sintam dor na barriga, mas outro pode estar com fome, ou frio, ou calor, e outros (provavelmente a maioria) simplesmente precisam de colo.

Tipicamente, o choro acontece sobretudo à tarde, de seis às dez, a hora crítica. Às vezes de oito à meia-noite, às vezes de meia-noite às quatro, e alguns parecem que estão a postos vinte e quatro horas por dia. Costuma começar depois de duas ou três semanas de vida e costuma melhorar por volta dos três meses (mas nem sempre).

Quando a mãe amamenta e o bebê chora de tarde, sempre há alguma alma caridosa que diz: “Claro! De tarde seu leite acaba!”. Mas então, por que os bebês que tomam mamadeira têm cólicas? (a incidência de cólica parece ser a mesma entre os bebês amamentados e os que tomam mamadeira). Por acaso há alguma mãe que prepare uma mamadeira de 150 ml pela manhã e de tarde uma de 90 ml somente para incomodar e para fazer o bebê chorar? Claro que não! As mamadeiras são exatamente iguais, mas o bebê que de manhã dormia mais ou menos tranquilo, à tarde chora sem parar. Não é por fome.

“Então, por que minha filha passa a tarde toda pendurada no peito e por que vejo que meus peitos estão murchos?” Quando um bebê está chorando, a mãe que dá mamadeira pode fazer várias coisas: pegar no colo, embalar, cantar, fazer carinho, colocar a chupeta, dar a mamadeira, deixar chorar (não estou dizendo que seja conveniente ou recomendável deixar chorar, só digo que é uma das coisas que a mãe poderia fazer). A mãe que amamenta pode fazer todas essas coisas (incluindo dar uma mamadeira e deixar chorar), mas, além disso, pode fazer uma exclusiva: dar o peito. A maioria das mães descobrem que dar de mamar é a maneira mais fácil e rápida de acalmar o bebê (em casa chamamos o peito de anestesia), então dão de mamar várias vezes ao longo da tarde. Claro que o peito fica murcho, mas não por falta de leite, mas sim porque todo o leite está na barriga do bebê. O bebê não tem fome alguma, pelo contrário, está entupido de leite.

Se a mãe está feliz em dar de mamar o tempo todo e não sente dor no mamilo (se o bebê pede toda hora e doem os mamilos, é provável que a pega esteja errada), e se o bebê se acalma assim, não há inconveniente. Pode dar de mamar todas as vezes e todo o tempo que quiser. Pode deitar na cama e descansar enquanto o filho mama. Mas claro, se a mãe está cansada, desesperada, farta de tanto amamentar, e se o bebê está engordando bem, não há inconveniente que diga ao pai, à avó ou ao primeiro voluntário que aparecer: “pegue este bebê, leve para passear em outro cômodo ou na rua e volte daqui a duas horas”. Porque se um bebê que mama bem e engorda normalmente mama cinco vezes em duas horas e continua chorando, podemos ter razoavelmente a certeza de que não chora de fome (outra coisa seria um bebê que engorda muito pouco ou que não estava engordando nada até dois dias atrás e agora começa a se recuperar: talvez esse bebê necessite mamar muitíssimas vezes seguidas). E sim, se pedir para alguém levar o bebê para passear, aproveite para descansar e, se possível, dormir. Nada de lavar a louça ou colocar em dia a roupa para passar, pois não adiantaria nada.

Às vezes, acontece de a mãe estar desesperada por passar horas dando de mamar, colo, peito, colo e tudo de novo. Recebe seu marido como se fosse uma cavalaria: “por favor, faça algo com essa menina, pois estou ao ponto de ficar doida”. O papai pega o bebê no colo (não sem certa apreensão, devido às circunstâncias), a menina apoia a cabecinha sobre seu ombro e “plim” pega no sono. Há várias explicações possíveis para esse fenômeno. Dizem que nós homens temos os ombros mais largos, e que se pode dormir melhor neles. Como estava há duas horas dançando, é lógico que a bebê esteja bastante cansada. Talvez precisasse de uma mudança de ares, quer dizer, de colo (e muitas vezes acontece o contrário: o pai não sabe o que fazer e a mãe consegue tranquilizar o bebê em segundos).

Tenho a impressão (mas é somente uma teoria minha, não tenho nenhuma prova) de que em alguns casos o que ocorre é que o bebê também está farto de mamar. Não tem fome, mas não é capaz de repousar a cabeça sobre o ombro de sua mãe e dormir tranqüilo. É como se não conhecesse outra forma de se relacionar com sua mãe a não ser mamando. Talvez se sinta como nós quando nos oferecem nossa sobremesa favorita depois de uma opípara refeição. Não temos como recusar, mas passamos a tarde com indigestão. No colo da mamãe é uma dúvida permanente entre querer e poder; por outro lado, com papai, não há dúvida possível: não tem mamá, então é só dormir.

Minha teoria tem muitos pontos fracos, claro. Para começar, a maior parte dos bebês do mundo estão o dia todo no colo (ou carregados nas costas) de sua mãe e, em geral, descansam tranquilos e quase não choram. Mas talvez esses bebês conheçam uma outra forma de se relacionar com suas mães, sem necessidade de mamar. Em nossa cultura fazemos de tudo para deixar o bebê no berço várias horas por dia; talvez assim lhes passemos a idéia de que só podem estar com a mãe se for para mamar.

Porque o certo é que a cólica do lactente parece ser quase exclusiva da nossa cultura. Alguns a consideram uma doença da nossa civilização, a consequência de dar aos bebês menos contato físico do que necessitam. Em outras sociedades o conceito de cólica é desconhecido. Na Coreia, o Dr. Lee não encontrou nenhum caso de cólica entre 160 lactentes. Com um mês de idade, os bebês coreanos só passavam duas horas por dia sozinhos contra as dezesseis horas dos norteamericanos. Os bebês coreanos passavam o dobro do tempo no colo que os norteamericanos e suas mães atendiam praticamente sempre que choravam. As mães norteamericanas ignoravam deliberadamente o choro de seus filhos em quase a metade das vezes.

No Canadá, Hunziker e Barr demonstraram que se podia prevenir a cólica do lactente recomendando às mães que pegassem seus bebês no colo várias horas por dia. É muito boa idéia levar os bebês pendurados, como fazem a maior parte das mães do mundo. Hoje em dia é possível comprar vários modelos de carregadores de bebês nos quais ele pode ser levado confortavelmente em casa e na rua. Não corra para colocar o bebê no berço assim que ele adormecer; ele gosta de estar com a mamãe, mesmo quando está dormindo. Não espere que o bebê comece a chorar, com duas ou três semanas de vida, para pegá-lo no colo; pode acontecer de ter “passado do ponto” e nem no colo ele se acalmar. Os bebês necessitam de muito contato físico, muito colo, desde o nascimento. Não é conveniente estarem separados de sua mãe, e muito menos sozinhos em outro cômodo. Durante o dia, se o deixar dormindo um pouco em seu bercinho, é melhor que o bercinho esteja na sala; assim ambos (mãe e filho) se sentirão mais seguros e descansarão melhor.

A nossa sociedade custa muito a reconhecer que os bebês precisam de colo, contato, afeto; que precisam da mãe. É preferível qualquer outra explicação: a imaturidade do intestino, o sistema nervoso... Prefere-se pensar que o bebê está doente, que precisa de remédios. Há algumas décadas, as farmácias espanholas vendiam medicamentos para cólicas que continham barbitúricos (se fazia efeito, claro, o bebê caía duro). Outros preferem as ervas e chás, os remédios homeopáticos, as massagens. Todos os tratamentos de que tenho notícia têm algo em comum: tem de tocar no bebê para dá-lo. O bebê está no berço chorando; a mãe o pega no colo, dá camomila e o bebê se cala. Teria seacalmado mesmo sem camomila, com o peito, ou somente com o colo. Se, ao contrário, inventassem um aparelho eletrônico para administrar camomila, ativado pelo som do choro do bebê, uma microcâmera que filmasse o berço, um administrador que identificasse a boca aberta e controlasse uma seringa que lançasse um jato de camomila direto na boca... Acredita que o bebê se acalmaria desse modo? Não é a camomila, não é o remédio homeopático! É o colo da mãe que cura a cólica.

Taubman, um pediatra americano, demonstrou que umas simples instruções para a mãe (tabela 1) faziam desaparecer a cólica em menos de duas semanas. Os bebês cujas mães os atendiam, passaram de uma média de 2,6 horas ao dia de choro para somente 0,8 horas. Enquanto isso, os do grupo de controle, que eram deixados chorando, choravam cada vez mais: de 3,1 horas passaram a 3,8 horas. Quer dizer, os bebês não choram por gosto, mas porque alguma coisa está acontecendo. Se são deixados chorando, choram mais, se tentam consolá-los, choram menos (uma coisa tão lógica! Por que tanta gente se esforça em nos fazer acreditar justo no contrário?).

Tabela 1 – Instruções para tratar a cólica, segundo Taubman (Pediatrics 1984;74:998)
1- Tente não deixar nunca o bebê chorando.
2- Para descobrir por que seu filho está chorando, tenha em conta as seguintes possibilidades:
a- O bebê tem fome e quer mamar.
b- O bebê quer sugar, mesmo sem fome.
c- O bebê quer colo.
d- O bebê está entediado e quer distração.
e- O bebê está cansado e quer dormir.
3- Se continuar chorando durante mais de cinco minutos com uma opção, tente com outra.
4- Decida você mesma em qual ordem testará as opções anteriores.
5- Não tenha medo de superalimentar seu filho. Isso não vai acontecer.
6- Não tenha medo de estragar seu filho. Isso também não vai acontecer.

No grupo de controle, as instruções eram: quando o bebê chorar e você não souber o que está acontecendo, deixe-o no berço e saia do quarto. Se após vinte minutos ele continuar chorando, torne a entrar, verifique (um minuto) que não há nada, e volte a sair do quarto. Se após vinte minutos ele continuar chorando etc. Se após três horas ele continuar chorando, alimente-o e recomece.

As duas últimas instruções do Dr. Taubman me parecem especialmente importantes: é impossível superalimentar um bebê por oferecer-lhe muita comida (que o digam as mães que tentam enfiar a papinha em um bebê que não quer comer); e é impossível estragar um bebê dando-lhe muita atenção. Estragar significa prejudicá-lo. Estragar uma criança é bater nela, insultá-la, ridicularizá-la, ignorar seu choro. Contrariamente, dar atenção, dar colo, acariciá-la, consolá-la, falar com ela, beijá-la, sorrir para ela são e sempre foram uma maneira de criá-la bem, não de estragá-la.

Não existe nenhuma doença mental causada por um excesso de colo, de carinho, de afagos... Não há ninguém na prisão, ou no hospício, porque recebeu colo demais , ou porque cantaram canções de ninar demais para ele, ou porque os pais deixaram que dormisse com eles. Por outro lado, há, sim, pessoas na prisão ou no hospício porque não tiveram pais, ou porque foram maltratados, abandonados ou desprezados pelos pais. E, contudo, a prevenção dessa doença mental imaginária, o estrago infantil crônico , parece ser a maior preocupação de nossa sociedade. E se não, amiga leitora, relembre e compare: quantas pessoas, desde que você ficou grávida, avisaram da importância de colocar protetores de tomada, de guardar em lugar seguro os produtos tóxicos, de usar uma cadeirinha de segurança no carro ou de vacinar seu filho contra o tétano? Quantas pessoas, por outro lado, avisaram para você não dar muito colo, não colocar para dormir na sua cama, não acostumar mal o bebê?

Lee K. The crying pattern of Korean infants and related factors. Dev Med Child Neurol. 1994; 36:601-7
Hunziker UA, Barr RG. Increased carrying reduces infant crying: a randomized controlled trial. Pediatrics 1986;77:641-8
Taubnan B. Clinical trial of treatment of colic by modification of parent-infant interaction. Pediatrics 1984;74:998-1003

Do livro Un regalo para toda la vida- Guía de la lactancia materna,Carlos González

Tradução: Fernanda Mainier
Revisão: Luciana Freitas

Desmistificando o arroto - Texto de Carlos Gonzalez



Os gases - Por Dr. González

Tanto os bebês como os adultos podem ter gases no estômago ou no
intestino (sobretudo no intestino grosso). Mas são duas questões
completamente diferentes.

O gás encontrado no estômago é ar, ar normal e corrente que o
indivíduo engoliu (é o que os médicos chamam aerofagia, engolir ar).
Os bebês podem engolir ar ao se alimentar, ou ao chorar, também quando
chupam dedo ou chupeta.

O gás que está no intestino é diferente, basta cheirá-lo para
perceber. Contém nitrogênio do ar deglutido (o oxigênio foi absorvido
pelo tubo digestivo) e gases que são produzidos no próprio intestino
pela digestão de certos alimentos e que dão seu odor característico.

Quando um bebê engole muito ar, seria possível que soltasse muito
“pum”, porém é mais fácil que o excesso saia por cima, com arrotos. Um
excesso de gases no intestino é mais provável que seja proveniente da
digestão que do ar deglutido. Quando o bebê não mama corretamente,
porque está com a pega errada ou tem outra dificuldade, é possível que
tome muita lactose e pouca gordura e a sobrecarga de lactose pode
produzir um excesso de gases. Além disso, por estar com a pega errada,
é provável que engula ar enquanto mama. Mas nem a pega incorreta é a
principal causa dos gases, nem os gases são o principal sintoma da
pega incorreta.

Os gases em excesso no intestino só podem ser eliminados sob a forma
de “pum” . Por sorte, não podem fazer o caminho inverso e sair pela
boca.

É mais fácil eliminar o ar do estômago (quer dizer, arrotar) em
posição vertical que em posição horizontal. Como nossos antepassados
estavam sempre no colo de suas mães, em posição mais ou menos
vertical, não deviam ter muito problema. No século passado o uso das
mamadeiras e dos berços ficou generalizado. Com a mamadeira, o bebê
pode engolir muito ar, e no berço é difícil soltá-lo; por isso parecia
importante colocar o bebê para arrotar antes de colocá-lo no berço.

Contudo, não parece que os gases incomodam os bebês, salvo em casos
extremos. Muita gente pensa que a principal causa do choro em bebês
pequenos seja os gases; e muitos dos medicamentos que ao longo do
tempo se tem recomendado para a cólica do lactente se supunha que
ajudavam a expulsá-los (esse é o significado da palavra carminativo),
ou para evitar a formação de bolhas (nunca entendi o porquê, mas sim,
algumas gotas para cólicas são antiespumantes).

Nem todos estão de acordo com a causa das cólicas (mais adiante
explicarei minha teoria favorita), mas parece que não restam mais
defensores sérios da teoria dos gases. Há muitos anos, quando não se
sabia que o excesso de raio x era maléfico e se faziam radiografias
por qualquer bobagem, alguém teve a idéia de fazer radiografias dos
bebês que choravam (o gás é visto perfeitamente como uma grande mancha
negra na radiografia). Comprovou-se que os bebês têm poucos gases
quando começam a chorar, porém muitos gases quando levam um tempo
chorando. O que ocorre é que engolem ar ao chorar, e como não podem
chorar e arrotar ao mesmo tempo, vão acumulando gases até que param de
chorar. A mãe costuma explicar assim: “Pobrezinho, estava chorando
muito porque estava cheio de gases. Peguei, dei uns tapinhas, ele,
conseguiu arrotar e melhorou”. Na realidade, a interpretação correta
seria: “Pobrezinho, chorava porque estava com saudade de mim. Quando
peguei ele no colo e fiz carinho, ele se tranquilizou e deu um arroto
enorme com todo o ar que tinha engolido enquanto chorava”.

Acho que isso explica a importância do arroto no século passado.
Quando a mãe tentava colocar o bebê no berço logo após acabar de
mamar, o bebê chorava desesperado. Em vez disso, se ficasse com ele no
colo e o embalasse um pouco antes de colocá-lo no berço, era mais
fácil que o bebê se traquilizasse e dormisse. Durante esse tempo que
estava nos braços, claro, o bebê arrotava. E como ninguém queria
reconhecer que o colo da mãe era bom para o bebê (como vai ser bom? O
colo da mãe é mau, estraga, o bebê não tem que ficar no colo, ou
ficará manhoso!), preferiram pensar que era o arroto, e não a presença
da mãe, que havia feito o milagre.

A verdade é que muitas mães modernas têm a ideia de que o arroto é
importantíssimo, fundamental para a saúde e bem estar do seu filho.
Tem que arrotar custe o que custar. Mas os bebês amamentados, se
mamaram corretamente, não engolem quase nada de ar (os lábios se
fecham hermeticamente sobre o peito, razão pelo qual o ar não entra; e
dentro do peito não tem ar, ao contrário da mamadeira). Muitas vezes,
os bebês de peito não arrotam depois de mamar. Por outro lado, quando
estão com a pega errada, é possível que engulam ar, fazendo um barulho
como de beijinhos, porque fica uma frestinha entre os lábios e o
peito.

Uma vez uma mãe me explicou que seu filho custa a arrotar, que tem de
ficar uma hora dando tapinhas nas costas, que ele chora, inclusive,de
tão mal que fica, até que por fim pode eliminar os gases. Pobre
criatura, o que acontece é que não tem gases para eliminar; chora de
tantos tapinhas e voltas que dão com ele, e ao final elimina o ar que
engoliu enquanto chorava.

Não fique obsessiva com o arroto. Depois de mamar, é uma boa ideia
deixar o bebê por um tempo no colo. Isso ele vai gostar. Se nesse
tempo eliminar os gases, está bem. E se não, pode ser que não tenha
gases. Não lhe dê tapinhas nas costas, não lhe dê camomila, nem
erva-doce, nem água, nem nenhum remédio para gases (nem natural nem
artificial, nem alopático nem fitoterápico, nem comprado, nem o que
tenha em casa).

Do livro Um regalo para toda la vida- Guía de la lactancia materna, de
Carlos González



Tradução: Fernanda Mainier
Revisão: Luciana Freitas

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Primeiro Natal - Lara virando Grinch




Tenso.

Palavra perfeita pra definir o primeiro Natal da Lara.

Tudo pronto, presentes feitos, vestido dela comprado, sapato novo, tudo perfeito, e fomos pra Santos.

Eu e Diego decidimos que iriamos passar a véspera do Natal em Santos com a mãe do Diego, os irmãos e a família do Alexandre.

Descemos no sábado mesmo e chegamos lá mais ou menos 17h. E a partir do momento que saímos do carro com ar condicionado começou o caos.

A Lara chorou. E chorou. E chorou.

Assim foi o natal. Ainda não sei como consegui fazer a sobremesa e a salada de maionese que levei. Pois ela chorava o tempo todo.

Ficou só de fraldas o tempo todo. O calor estava muito forte, e ficou só no quarto da Vovó Fatima que tinha ar condicionado, mas mesmo assim não adiantou.

Lá pelas 21h tomamos banho (eu e ela), ela mamou um pouco no chuveiro (até então não tinha conseguido mamar, talvez pelo calor), e saiu do banho, chorou mais.

Consegui fazer ela dormir por volta de 21h40, quando coloquei ela o sling e fui andar com ela no Hall de entrada. Dormiu até as 23h40 quando saímos para a casa da avó do Alexandre.

Chegamos na casa da Vó do Alexandre e ela estava até q bem simpática, coloquei o vestido, e tirei uns 5 minutos depois pq ela estava ficando irritada. Fiz meu prato um pouco depois da meia noite, e depois de duas garfadas ela voltou a chorar incontrolavelmente.

Fui andar com ela no sling no corredor de fora do prédio e nada. Depois a Monica deu a ideia de irmos andar de carro com ela para ver se dormia. Meia hora no carro andando e nada...

Quando finalmente dormiu pedi ao Diego que pegasse a chave do apto da mãe dele, e lá fomos nós, de volta pra casa, depois de aproveitar 20 min de Natal, eu e a Vovó Fatima voltamos pra casa, a Lara chorou mais uma meia hora, depois conseguiu dormir mamando, e eu e ela capotamos na cama do jeito que estávamos, eu com a roupa da festa, até que todos chegaram as 4h da manhã.

Ganhei de natal uma "Baby Alive hora do choro" (boneca da moda). A Lara quis brincar de virar o Grinch e destruir o Natal. E para melhorar, no dia seguinte seguiu com o choro, a idéia era passar o almoço com a família Paschoal em SP, mas demoramos para sair, e acabamos chegando em SP as 21h.

Conclusão: nenhum natal, nem em Santos, nem em SP.

Só o que resta é esperar pra ver se no próximo melhora hehe.

Não tenho nem fotos do Natal para colocar, já que ela ficou pelada o tempo todo, e chorando. Depois coloco uma foto dela produzida, se ela deixar hehe.