quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Texto - A impostora

Recebi em um e-mail e gostei tanto desse texto que decidi divulgar aqui, sobre como mudamos na gravidez e no parto. Não fui eu quem escrevi, estou apenas compartilhando

"Hoje completo 37 semanas. Começo a sentir uma certa melancolia, algo que
não chega a ser tristeza, mas uma espécie de blues. Uma vontade constante de
chorar, muito cinza no céu aqui deste quase pântano. Mas nem vou culpar o
clima, não é isso e eu sei o que é. Sei que é uma despedida, sei que vou,
como toda mulher, morrer no parto para deixar nascer outra nova. E sei que
para algumas mulheres essa iniciação morte-vida é muito mais dolorosa, e me
enquadro neste tipo.

Quando criança, nunca gostei de bonecas, nem sequer as tirava das caixas. Eu
preferia fazer bolo de barro, brincar de panelinha, pôr sal em lesma,
cutucar ninhos de morcegos, colecionar folhas e casas de caramujos. Talvez
por ter pouca identidade com a mãe e muita com o pai, sempre me identifiquei
mais com o arquétipo da caçadora, da hetaira, da amazona, nunca com o de
mãe. Até quando eu quis engravidar não foi por um desejo explícito por
admirar criancinhas e ficar babando em lojas de roupas infantis, foi mais um
desejo primitivo, sexual e intenso, uma reação normal e instintiva numa
mulher de 30 que ainda não procriou...mas não foi um desejo psicológico.

Por isso eu acho incrível mulheres como a XXXXXX, que literalmente babam por
bebês que não são delas. Acho que quando a XXXXXX ficar grávida, vai ser
mais fácil para ela essa passagem pela qual estou passando. Eu tenho muitos
sobrinhos e nunca sequer troquei uma fralda, nunca dei um banho, nunca me
interessei por crianças. É claro que desde que engravidei, tenho me
encantado com bebês, tenho sonhado com meu bebezinho e tenho muito amor por
ele, mesmo antes de conhecê-lo. E não tenho dúvidas de que serei uma boa
mãe, não é isso. Serei a melhor mãe do mundo. Apenas estou sentindo a
dor, amelancolia de morrer.

A amazona de um peito só vai ter que morrer para nascer a mãe que amamenta.
Já estou me sentindo definhar pouco a pouco num processo docemente doloroso,
um processo que consome quilos de chocolate, lágrimas no travesseiro,
olhares perdidos num céu de cinza. Quem será a impostora que virá quando eu
finalmente morrer no ritual do parto? Será que ela vai querer pintar a minha
casa de verde? Será que ela vai dar conta de terminar os livros que eu
comecei a escrever? Será que ela vai conseguir seduzir meu marido? Que
cheiro terá esta impostora? Que cor de esmalte ela vai usar? Será que meus
amigos a amarão? Será que a responsabilidade do "cargo" fará com que ela não
tenha o senso de humor que eu tenho?

A impostora guardará meu filho, amará meu marido, produzirá leite, e nunca
mais, por alguns anos, viajará sozinha, não sem antes chorar. A
impostoranão abandonará o lar, não sumirá por três dias, não sentará
no parapeito da
janela com uma garrafa de vinho e a companhia de Dionísio. Usará sapatos
mais baixos, dormirá mais cedo, provavelmente passará dias sem lembrar de
batom. Não conhecerá pubs e boates, mas restaurantes com parquinho. Não terá
unhas compridas. Usará roupas práticas. E quando ela for à locadora,
visitará primeiro a seção infantil, nunca mais psicodrama, nunca mais
Fellini, nunca mais Almodóvar e trêmulas carnes, pelo menos não antes da
criança dormir. A impostora não cultivará cactos, não beberá demais, gastará
horas lendo todos os rótulos das comidas de supermercado.

E enquanto isso eu sigo definhando, tenho poucos dias. E sei que quanto mais
fraca eu estiver, mais rápido e fácil será o parto. A "batalha" do parto
será a batalha da antiga e moribunda Jussara contra a nova e poderosa
Impostora, a Mãe. Sei que ela é mais forte, sei que não adianta lutar. Por
isso vou me despedindo agora, vou tomar meu licor, usar meus perfumes e
jóias que talvez a Impostora simplesmente ignore. Vou me matar pouco a pouco
esta semana, deixar só um fio de vida, um fio fraco e tênue, fácil de ser
rompido pela Impostora, num parto rápido e eficaz, sagaz como o corte da
foice prateada da Lua."

(By Jussara)

EC - 1ª tentativa - Cocô na privada

A Lara está com 1 mês e 25 dias e hoje tivemos nossa primeira experiencia com EC (Elimination Communication - ou Comunicação de Eliminação em portugues).

EC não é desfralde, é a técnica que consiste na não utilização de fraldas, e através de sinais, sons, intuição etc os pais ou cuidadores sabem que o bebê precisa fazer suas necessidades e os levam para se "aliviar" hehe.

Como a Lara não é uma bebê comum que costuma fazer cocô a cada mamada, acho que fica um pouco mais fácil. Aqui ela só faz a cada 4/5 dias, teve vez que chegou num intervalo de uma semana entre um cocô e outro.

Com isso também fica mais difícil de ver os sinais, mas sinal de cocô é muito classico, fazia força e ficava toda vermelha. Ela tá sempre fazendo força, mas dessa vez era diferente.

Eu corri e levei ela pro banheiro (estava na casa da minha mãe), mas ela ainda acabou começando a fazer na fralda. Coloquei ela sentadinha no vaso e fiquei segurando e fazendo som de força do lado dela, e ela fez!!! E eu limpei com papel higienico! hehe

Foi tão legal saber a hora que ela queria fazer! Na próxima espero chegar antes de fazer na fralda, porque ficou sujinha e eu acabei lavando a bundinha dela na pia mesmo.

Quanto ao xixi, é um pouco mais dificil, preciso deixar ela sem fralda pra saber como fica quando ta fazendo e aqui em casa é bem gelado.

É preciso muita paciencia para deixar o bebê totalmente sem fraldas, mas ainda temos um bom caminho pela frente.

Enquanto isso seguimos com as fraldas de pano, que também estamos em fase de adaptação, mas sei que vai dar certo, só precisamos achar a marca que nos adaptamos melhor. Mas isso tb é assunto pra outro post!!!

Depois conto mais como está sendo nossa jornada pelo mundo do EC

Pra quem quiser saber mais:

Filha da Anna Maria Braga faz EC:

Site Slingando dá dicas de como iniciar e como fazer:


Em ingles - Elimination Comunication is NOT potty training


Risadona com fotos


Na terça-feira dia 25 de outubro estavamos eu, Diego e Keny na Capela do Tucuruvi, esperando para o Keny ser entrevistado.

Eu comecei a brincar com a Lara, e eis que surgiu a primeira risada oficial pra mim! Foi mais real que a primeira, e foi de verdade, pois ela ria toda vez que eu fazia a mesma cara hehe.

Ela riu por tanto tempo que deu tempo de registrar. O Keny tirou uma foto com o cel:



Essas fotos abaixo foram na casa da vó Denise no domingo, ela riu pro Levy e pra Bianca e eu, fazendo Enem, perdi!
Se preparando pra rir



E agora ela ta muito mais risonha, principalmente nos dias que faz cocô hehe ( Uma vez a cada 5 dias mais ou menos :/)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Relato de Parto





É incrível, porque tudo aconteceu tão rápido, mas tem tanta coisa pra contar que já vou avisando, esse post vai ser longo hehe


Dia 02 de Setembro de 2011

23:00
Comecei a sentir dores logo que deitei para dormir. O Diego dormiu, e eu fiquei deitada, pensando que ia passar. Já tinha sentido algumas dores no dia anterior, mas pararam depois do banho e eu pensava que fossem gases ou dor de barriga, algo assim. Tentei dormir, mas as dores voltavam toda hora.

02:40
A partir desse horário comecei a perceber que podia ser algo, talvez pródomos, mas achava estranho pois as dores eram somente na parte de baixo da barriga, e sempre ouvi falar que doía a lombar e tudo mais. Comecei a anotar em um aplicativo do Ipod toda vez que a dor vinha e percebi que o intervalo era de 8 min a cada dor, e que duravam aproximadamente 1 min. Mas mesmo assim, não achava que era a hora.

03:50
Estava anotado as dores no aplicativo e de repente aparece uma mensagem: Você atingiu o limite de contrações permitido. Para continuar utilizando, adquira o programa completo". Fiquei com tanta raiva na hora. Que porcaria de aplicativo, quer dizer, eu tenho 10 contrações pro bb nascer, senão se vira na hora, sem internet e tal. Comecei a contar no bloco de notas, e percebi que os intervalos estavam diminuindo, a cada 7 min. Mas mesmo assim achei q não era nada. Dormia depois da dor e acordava quando vinha a outra, anotava e dormia de novo.

6:36

Percebi que não tinha passado a dor e nessa hora o Diego acordou para ir trabalhar. Eu disse que estava com dor, mas como não sabia se era a hora ainda disse que era para ele ir trabalhar que eu ia tomar um banho, que talvez a dor passasse, senão eu ligava pra ele. As dores estavam completamente suportáveis, nada demais, então pedi pra ele me dar uma benção (Sou membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Ultimos Dias) e pedir que, se fosse para o bebê nascer, que as dores continuassem e que tudo ocorresse bem, mas se não fosse nascer hoje, que as dores parassem.

A partir desse momento, aconteceu tudo muito rápido e foi tudo tão certo, parecia coisa de filme, onde as histórias aconteciam ao mesmo tempo, e no final se encontravam. Vou contar como foi com cada pessoa e no final deu certo:

Thais (Enfermeira Obstetra) examinando a Lara (Ela fez o primeiro xixizão no berço aquecido)

Jessica
Fui para o banho e fiquei mais ou menos uma hora. Mas nada da dor passar. Fui deitar mais um pouco e pensando no que me disseram na Casa de Parto, que deveria ir para lá quando estivesse com intervalo de 5 min por uma hora pelo menos. Estava com intervalo de 6 min, então fiquei esperando.

Diego
Saiu para o trabalho

Alexandre (amigo do Diego)
Acordou e resolveu que iria levar a esposa no trabalho e depois ficaria com o carro (ela sempre fica com o carro), e iria para trabalhar, decidiu ir visitar uma obra no Pacaembú.

8:00
Jessica
Decidi que iria em um hospital ver o que eram as dores, se eram realmente contrações ou apenas uma dor qualquer (coisa de mãe de primeira viagem hehe). Liguei para os meus pais, e a essa altura estava com os intervalos meio bagunçados, algumas eram a cada 4, ou 5, as vezes 6, era meio dificil, não estava super regulado, então não achei que fosse a hora.

8:40
Jessica
Meus pais chegaram e decidimos que iriamos para o hospital do convenio ver o que era antes de ir até a Casa de Parto (Em Sapopemba, moro na zona norte, um pouco longe), estava com medo de chegar lá e não ser nada, me mandarem de volta para casa.

9:00
Jessica
Chegamos no hospital, mas quando fui atendida pela médica, disse que não tem ginecologista lá, e nem maca ginecológica, portanto iria cronometrar e se eu tivesse mais de 3 dores, com pelo menos 50 seg cada em 10 min, eu estaria realmente em trabalho de parto. Deitei e em 5 min tive 3 dores. Ela disse para eu ir para a maternidade, perguntou se eu queria uma ambulância e me desejou um bom parto hehe. Como meus pais estavam me esperando e eu pretendia ir para a Casa de Parto, não quis a ambulancia.

9:30

Jessica
Saí do hospital e meu pai tinha ido no pão de açúcar comprar coisas para comer. Comprou todinho e salgados para comermos no caminho, pois a viagem era longa hehe. Minha mãe ligou para os meus irmãos e disse que estavamos indo para a Casa de Parto e eles logo publicaram no Facebook que a Lara podia nascer logo. Nessa hora, as dores estavam a cada 4 min.

Diego
O Diego estava no trabalho, mas um pouco preocupado com o que estava acontecendo em casa. Como estava tranquilo no trabalho, resolveu entrar no Facebook e viu que eu estava indo para a Casa de Parto. Conclusão, ficou desesperado, tentava ligar no meu cel e não conseguia.

Papais babões
10:00

Jessica
Fomos a caminho da CPS (Casa de Parto de Sapopemba) e estava um super transito na Anhaia Mello. No caminho eu com dor a cada 4 min e um pouco sem posição sentada no banco de trás, meu pai, que sempre dirige como um louco, resolveu que não estava com pressa e dirigia tranquilamente, parando para comprar suflair com os carinhas da rua e sorvete de iogurte.

Diego
Depois que não conseguiu falar com ninguém (tentou meus 2 irmãos, meus pais, o irmão dele, TODOS na caixa postal) saiu do trabalho e decidiu ligar para a Monica, colega de trabalho e mãe do Alexandre e ela ligou para o Alexandre, avisando que o bebê estava nascendo e tal. Pegou o onibus para ir para casa, pegar o nosso carro e ir para a Casa de Parto com os meus irmãos (o Keny e a Talita), mas estava com medo de não dar tempo de chegar.

10:30

Jessica
Cheguei na CPS com dores a cada 3/2 min e tinha uma outra gravida chegando junto comigo. Perguntaram se eu tinha consulta e eu disse que não, tinha ido pois estava com dor. A outra moça também, mas como eu entrei na recepção antes dela, foram me examinar primeiro (ainda bem, ela tava com 5 cm).
Pediram para eu deitar na maca, e a Thais, enfermeira obstetra (também gravida de 8 meses) fez um toque. Na hora ela fez uma cara de espando e disse para a auxiliar rindo: "Ela tá com 9 cm!!!"
Disse para eu ir para o chuveiro e sentar na bola para dilatar o ultimo centimetro que faltava, disse para eu relaxar, que a bolsa ainda não tinha sido rompida ainda e que estava tudo bem. Disse também que eu tinha que aproveitar para sentir o meu corpo, sentir as contrações e me concentrar em relaxar o ventre e o perineo. Incrível como ela é tranquila e traz uma sensação na gente de que tá tudo bem hehe.

primeira refeição após 2h o parto e titio babão.

11:00

Jessica
A partir desse momento quase não olhei no relógio, nem lembrei de ver que horas eram, mas pelas minhas contas foi mais ou menos assim.
Estava na bola, sentada debaixo do chuveiro, e as dores foram se distanciando mas foram ficando mais fortes. Minha mãe entrou comigo no quarto e ficamos lá conversando, atendendo as diversas ligações, e ela me ajudando. A cada 20 min vinha uma auxiliar perguntar se estava tudo bem, e eu estava tranquila.

Alexandre
Ligou para o Diego para parabenizar e tal, e descobriu que o Diego estava no trabalho, sem ter como ir para a Casa de Parto. Então ele perguntou onde o Diego estava, e ele disse que estava na Av. Pacaembú. Espantosamente e coincidentemente, o Alexandre também estava na Av. Pacaembú, o Diego desceu do onibus e na outra quadra estava o Alexandre. (isso foi incrivel)

12:00

Jessica
Estava no chuveiro e de repente a água parou de sair. Queria ter ido para a banheira mas não estava esquentando). Então coloquei a camisola da CPS e fui andar pelo quarto. Fora do chuveiro as dores eram muito maiores, mas continuavam mais distantes uma da outra. A auxiliar apareceu e disse que se eu sentisse vontade de fazer cocô, que eu avisasse a enfermeira, e não fosse ao banheiro. Continuei andando no quarto e quando vinha a dor eu ia para a barra, para a cama, ficava de cocoras, tentava várias formas para saber quais eram as posições melhores para aguentar as dores.

Diego e Alexandre
O Alexandre perguntou para o Diego a caminho da casa de parto:
Alexandre -Você já almoçou?
Diego - Não, ainda não.
Alexandre - Vamos comer então?
Diego - Mas será que dá tempo?
Alexandre - Ah dá, essas coisas demoram, vai ser só daqui umas 8 horas.
Diego - Então tá bom.
Conclusão: Os dois para a churrascaria comemorar que o bebê estava nascendo. (Os dois se acabando na picanha e eu me acabando nas dores)

primeiro banho (papai que deu)

13:00

Jessica
Comecei a sentir vontade de ir no banheiro. Mas não podia ir, ainda bem que tinha ido muito ao banheiro no dia anterior, umas 6 vezes mais ou menos. Subi na maca, mas não conseguia ficar deitava. Estava cansada e queria muito dormir entre as dores, mas já não dava tempo. Nessa hora a Thais apareceu e fez um toque. Disse que estava quase nascendo e que iria trocar de roupa e já voltava. Disse que estava tudo bem e para eu me concentrar no meu corpo, pensar nas dores quando elas viessem e sentir cada lugar que doía, onde eu tinha que concentrar a dor, e pensar que logo logo a Lara estaria chegando. E o Diego não chegava, eu pensando que ia pedir que a Thais rompesse a bolsa quando ele chegasse, e também pensando que talvez não desse tempo dele chegar, minha mãe o tempo todo comigo. Até disse para a minha mãe que se ela quisesse esperar do lado de fora, por mim tudo bem, pois ela ficava com uma cara de quem estava com muita dó quando eu sentia uma contração, mas ficava do meu lado.

Diego
Saíram da churrascaria e estava indo para a Casa de Parto, mas estavam um pouco perdidos. O Alexandre disse que sabia ir para Sapopemba, e nós explicando pelo celular, teve uma hora que minha mãe saiu da sala e até eu atendi o celular para explicar. Ainda bem que não foi durante uma dor.

13:30

Jessica
Thais voltou com a roupa pronta e eu estava no meio de uma contração quando ela chegou. Só vi ela ligando o radinho com uma musica meio de ninar, nem me lembro bem, disse para eu ficar com a barriga para cima que seria mais facil (estava de lado), e uma das auxiliares começou a montar a cama na velocidade da luz, enquanto a outra fazia carinho na minha barriga conversando com a Lara, falando pra ela sair e pra eu ficar tranquila.

Diego
Chegou logo depois da Thais entrar na sala e ficou espantado com o meu rosto, eu estava no meio de uma contração. Na hora que ele chegou eu o chamei para segurar a minha mão e ele ficou ao meu lado o tempo todo. Minha mãe, morrendo de medo de ser expulsa da sala quando o Diego chegou ficou quietinha só olhando enquanto todos iam se movimentando.

14:40
A bolsa rompeu e a Thais me disse que teria que fazer episiotomia (corte no períneo), pois estava muito tensa e o parto poderia demorar demais e causar sofrimento no feto. Logo comecei a entir vontade de fazer força. Eu fazia força nas contrações e tentava descansar nos intervalos, mas estavam mais curtos agora. A dor era infinitamente mais forte do que no início e comecei a sentir que agora era a hora que eu precisava agir. Não adiantava eu esperar como foi antes, agora eu precisava participar. Não era só aguentar a dor, era o "trabalho" de parto mesmo, eu precisava trabalhar, pois a minha bebezinha já estava trabalhando faz tempo.

Pensava comigo:" Dor não é sofrimento" e fazia força, mas ainda assim não achava que fosse conseguir. Pensei comigo "por isso a mulherada quer anestesia", e chorava um choro sem lagrimas, apenas sentindo tudo e tentando pensar que logo logo tudo ia acabar. Depois de umas 3 contrações lembro de ter falado que não ia conseguir, que a força era em vão (achava que depois da força o bebê voltava pra dentro, mas a Thais disse que não).

Depois do primeiro banho

Então, com mais duas contrações, senti algo muito forte, uma queimação, uma sensação que só poderia ser descrita realmente como "circulo de fogo". Não tem outro nome para explicar, mas na hora nem pensei. Só sentia que estava quase acabando que que era agora a hora. Fiz uma força master e a cabecinha saiu. Com 5 contrações do explulsivo ela saiu e, segundo minha mãe (que não acreditava que a cabeça ia conseguir sair por aquele buraco) depois q saiu a cabeça o corpinho escorregou para fora hehe. Logo que saiu senti q nada havia acontecido, senti um alivio muito grande e colocaram ela direto no meu colo. O cheirinho não era dos mais agradaveis na hora, mas agora sinto saudades daquele momento. Ela toda enrugadinha e suja no meu peito, com os olhinhos abertos e sem chorar, só limparam com uma toalha.

A primeira coisa que pensei foi "era só isso e doeu tanto?" hehe Ficamos um tempo juntas, nem sei quanto. Só me lembro de ter perguntado: "alguém anotou o horário q ela nasceu?" hehe, tanta coisa acontecendo e eu preocupada com o horário que ela havia nascido. Nasceu as 14h, cheia de saúde, Apgar 9 e 10, e toda lindinha, com nariz empinado. Depois de um tempo levaram para a sala da enfermagem e meu marido foi junto, fiquei com a Thais e ela começou a dar os pontos necessários.

Depois de ter terminado os pontos, veio a contração da placenta. Foi uma sensação estranha, aquela coisa quente e mole saindo, e deu muita vontade de fazer força na hora, embora a Thais tenha falado para não fazer. Fiquei com medo de sentir a mesma dor do parto, mas saiu fácil. Infelizmente meu útero não estava contraindo e tive um sangramento acima do comum. Me deram injeção de ocitocina depois do parto para diminuir o sangramento.

Fui colocada na cadeira de rodas para mudar de quarto e eu me senti uma inválida. Mas fizeram isso pq estava muito fraca por ter perdido muito sangue. Depois que as outras duas mamães que haviam parido no mesmo dia chegaram andando, fiquei morrendo de vergonha hehe.

Considerações

  • Me arrependo de não ter feito exercícios para o períneo. Talvez evitasse a episio que me incomodou tanto no pós parto.
  • Acho que não cheguei à Partolândia. Sinto que faltou um pouco, talvez pela preocupação de meu marido não chegar a tempo pro parto, talvez por medo, não sei. Espero que no próximo parto eu consiga relaxar mais e me concentrar só no parto.
  • ADOREI ter parido na CPS. Se no próximo filho não tiver como fazer um parto domiciliar, terei novamente em uma Casa de Parto. O atendimento é SUPER humanizado, a gente se sente acolhido, como se estivesse em família.
  • Também me arrependo de não ter feito os exercícios do livro "Parto Ativo". Sinto que teriam me ajudado muito na hora das contrações.
  • A mulherada da lista materna do Yahoo me ajudou muito, aprendi demais com outras mulheres empoderadas e suas experiencias de parto.
  • Ainda quero tentar um parto na água (na CPS a banheira não estava esquentando).
  • Foi muito bom ter minha família comigo durante o parto, mesmo sem poderem estar comigo na sala de parto. Suas orações realmente funcionaram, assim como a bênção que pedi ao meu marido antes de sair. Sei que foi com auxílio divino que tudo ocorreu tão bem e agora tenho uma bebezinha super saudável comigo, que não sofreu em hospital.
  • Agradeço por ter descoberto a CPS e por não ter ido para o hospital.
  • Agradeço por não ter sido amarrada, dopada, furada, ter a barriga cortada, aspirada e depois costurada.
  • Agradeço por não ter q ver minha filha no aquário, por não ter sido aspirada, por ter sido tratada com respeito durante todo o tempo em que ficou aos cuidados do pessoal da Casa de Parto, sempre acompanhada pelo meu marido.
Tive um parto lindo, e não me arrependo de ter escolhido a forma mais natural possível para o primeiro encontro com minha pequena.


"...se pudéssemos imaginar um parto acompanhado verdadeiramente, com liberdade de movimento, na data verdadeira (ainda que “se atrase”), em intimidade, com uma ou duas pessoas do círculo mais íntimo, a dor seria então o veículo para o recolhimento, para a introspecção, para sair do mundo das formas e entrar no mundo sem limites, sem palavras, sem luzes... é um momento de abertura de consciência. Assim a dor é suportável, é necessária, porque nos permite “sair” do mundo racional, e só fora do mundo racional se pode parir em liberdade. As mulheres que parimos verdadeiramente em liberdade, é que podemos contar o que é o paraíso".

Laura Gutman



"A Impostora é a mulher-mãe. Muitas mulheres não permitem essa transformação, e tal qual 'mortas-vivas', seguem sofrendo pela vida "que não têm mais". Mas, diz a lenda, que a mulher que enterra definitivamente aquela que já não é mais, transforma-se na melhor mãe e na melhor mulher de todos os tempos!"

W.N.


Lara Fochetto Quiroga nasceu com 3,040 kg e com 48,5 cm às 14h do dia 02 de Setembro de 2011. O dia em que eu nasci como mãe, como mulher! O dia em que a "impostora mãe" nasceu e a antiga Jessica morreu. Me enterrei e renasci. Sinto que posso fazer qualquer coisa agora, que sou capaz de alcançar o que procuro, de sonhar e conseguir!

Risadinha

Hoje acho que a Lara deu a primeira risadinha de verdade pra mim.

Ela já tinha dado uma risadinha pro meu pai antes, quando ele tava brincando com ele. Mas eu não sei se era risadinha mesmo, ou reflexo.

Mas hoje parecia de verdade, e depois deu mais risadinha pro meu pai na casa deles.

Ela ainda continua super séria a maior parte do tempo, e fica com aquela cara de bravinha hehe, mas ainda sim é super lindinha.

Vamos ver se ela tá rindo mesmo ou ainda é só reflexo.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Desenvolvimento - Visão e audição

Ontem percebi que a Lara está mais espertinha. Quando falamos com ela ela vira a cabeça em direção ao som, e quando está nos olhando acompanha com o olhar quando nos movemos.

Acho que está mais espertinha nesse sentido. Faz caretas quando falamos com ela, quase que sorrindo, não sei se é coisa da minha cabeça, mas acho que ela está se desenvolvendo nesse sentido.

Também está cada dia mais durinha. Domingo fomos à última consulta na Casa de Parto, e ela estava com 3755g, e com 52 cm.

A Lara nasceu com 3040g, e 48.5 cm. Na consulta de 5 das estava com 2720g, perdeu um pouco de peso, o que é normal. Na consulta de 15 dias estava com 3240g e com 49,5 cm.

Nesses últimos 15 dias cresceu bastante, e como tem mamado bastante está engordando acima da média, mas tudo dentro da normalidade.

A enfermeira mesmo comentou como ela é esperta e tem reflexos rápidos, segurou o dedo da enfermeira e quase se levantou. A enfermeira nos alertou quanto à cadeirinha do carro e no colo, pois logo logo ela começará a se jogar para frente ou para trás, devido ao reflexo

Infelizmente foi nossa última consulta lá, e sentiremos saudades. Mas foi boa a conversa no domingo, ficamos um bom tempo aprendendo com a Enfermeira Rose e tirando as diversas dúvidas que restavam. E ainda encontramos a Bia, o David e o fofissimo, gostosíssimo Flavio Gohan, que estava com 15 dias e com o mesmo peso e tamanho da Lara hehe.

Espero voltar à Casa de Parto mais vezes, é um lugar que me sinto bem e que tratam a Larinha com muito carinho. Penso em ir para verificar o peso e tamanho em alguns meses, pois não confio em pediatras do convênio, então não irei todos os meses.

Por enquanto é isso, a Larinha está ficando espertinha, não sei se é coisa de mãe coruja, mas acho que ela está muito bem.

Ciúme canino - parte II - prejuízo

Com a chegada do bebê meu cachorro ficou meio que enciumado.

Digo isso pq ele sempre foi uma peste e meio imprevisível, nunca foi muito amigo de crianças e de uma hora para outra, sem motivo ele morde alguém.

Então não sabíamos como seria com a Lara aqui em casa, mas foi do jeito que eu imaginava.

Toda vez que a Lara chora ele fica louco. Da mesma forma que ficava quando ouvia choro de bebê na TV, ia correndo e batia a cara na tela tentando pegar.

Agora, ele tenta pegar como pode. Pula mordendo e puxa o q tiver ao alcance.

Com isso aumentaram as broncas, os tapas, e diminuiram os carinhos, apertos, as noites na nossa cama e os passeios na rua. Agora fica muito tempo no quintal, mas percebe q tem algo errado.

Um certo dia em q fiquei na casa da minha mãe, quando voltei a noite ele estava com diarréia, mas não liguei muito, pq as vezes acontece, mas logo passa.

No dia seguinte mais cocô mole (já tinha trocado o jornal outras 2 vezes de madrugada), e ele começou a vomitar. Eu estava morrendo de sono pois a Lara tinha acordado a cada 2h para mamar. E os vomitos começaram ase multiplicar pela casa. No quarto da Lara, na sala, na cozinha, até que colocamos ele para fora de casa e ele vomitava no quintal.

Começou a evacuar sangue e ficamos preocupados (O diego achando que ele ia morrer). Mas o Diego precisava ir trabalhar e eu não conseguiria ir para o veterinário levando a Lara e o Baboo juntos no carro. E se ele ataca ela?

Liguei para a minha mãe mas ninguem podia me acompanhar, todos estavam trabalhando. Ela ligou para a Gisele e decidimos que ela iria comigo para o Hospital Veterinário da USP.

Depois de todo um trajeto longo, o cachorro super molenga no meu colo (mas ainda queria ir na janela tomando um ventinho na cara, ia com a cabeça pendurada), chegamos na USP. O difícil foi chegar no Hosp. Vet., pois ningém dava informação correta. Andamos pelo Campus todo e finalmente encontramos, eram 12h30.

Peguei a senha para a Triagem e depois de uns 20 minutos nos chamaram. Entrei na sala da veterinária e ela perguntou o que ele tinha, pediu para eu colocar na maca e eu expliquei tudo. Depois que eu terminei de falar, ela me informou que não podiam me atender pois só tinham espaço para 8 atendimentos por dia (minha senha era a 30) e que eu teria que ir em um particular para ele tomar soro. Que na próxima vez eu teria que chegar lá as 7h da manhã. Ou seja, toda a espera e a explicação para nada!

Então eu e a Gisele voltamos para o carro e liguei para a minha mãe para pensar o q fazer. Ela ligou para a I. Edite que nos indicou um lugar perto do Shopping D, que era gratuito, ou então um outro veterinário na guacá particular caso não desse certo.

Fomos para o Shopping D. Super transito, super calor, o cachorro cada vez mais mole, a Lara sem mamar todo esse tempo desde as 9h (e espantosamente dormindo), passamos pelo Shopping D por volta de 15h e não encontramos o local que ficava na marginal.

Na volta nos perdemos e resolvemos ir para o particular logo. Chegamos lá as 16h e pouco, fica na guacá (perto de casa) e ele teve que ficar no soro, tomou várias vitaminas e medicamentos, fez exame de sangue e saímos de lá quase 3h depois com uma lista imensa de medicamentos, ração especial, petisco para flora intestinal e uma conta de 300 reais.

No dia seguinte o Diego foi comprar as coisas que a veterinãria havia pedido e láse foram mais de 100 reais.

Na minha humilde opnião foi ciumes, pois não comeu nada diferente, não pegou nenhum lixo por esses dias e tava tudo normal. A menos que tenha comido algum bicho que eu não vi, talvez uma lagartixa, sei la...

Com o tratamento melhorou e até agora nenhuma recaída como aquela. Vomitou outro dia, mas acho que comeu lixo, pois tinha uma cor diferente da ração. Mas logo tratei de dar plasil para não ter que ir no veterinário novamente.

Por enquanto estamos levando, se não melhorar precisaremos da ajuda do Dr. Pet hehe

Ciúme canino parte I - adaptações

Como os banhos na banheira não estavam funcionando da forma correta, fiquei pensando que aquele trambolho era inútil aqui e só ocupava espaço.

Então, um certo dia estava morrendo de vontade de tomar banho, lavar o cabelo e tal, mas nunca consigo pq sempre tenho que esperar o Diego chegar para ficar com a Lara por causa do cachorro e do meu medo dela chorar e eu não escutar.

Fui no banheiro e a banheira olhou para mim, eu olhei para ela e logo pensei: Vai virar berço!!! hehe

Coloquei um cobertor por baixo, os rolinhos para ela não ir para as bordas, enrolei ela em um cobertor e a banheira virou berço em cima do suporte.

No meu banheiro não tem box, então ela ficou atras da cortininha e eu tomei meu banho tranquilamente, bem demorado e merecido depois de todos os banhos super rápidos com medo dela acordar.

É incrível como o barulho do chuveiro relaxa ela, fica quietinha com os olhinhos abertos olhando o teto, mas não chora. Chorou só quando eu desliguei o chuveiro. Aí eu liguei o secador e coloquei pertinho dela para o escutar o barulho e ela parou de novo. Desliguei o secador e ela ficou quietinha, consegui me trocar e pegar ela.

Assim a banheira virou berço portátil a prova de baboo. Ela vai pra Sala, pra cozinha, pro banheiro e o cachorro não consegue alcançar, nem derrubar. Também coloco ela no bebê conforto em cima da mesa as vezes, mas acho q não faz jus ao nome, ela fica tortinha dormindo, deveria chamar bebê desconforto.

Mas é isso, consegui uma forma de cuidar um pouco de mim e sem culpa, ela fica quietinha, posso me depilar, fazer hidratação, qualquer coisa q ela ta tranquila e eu tb!!!

Depois coloco uma foto do nosso novo "berço" hehe

Banho no chuveiro

Série banhos hehe

Esse não cosegui tirar fotos, mas é um dos mais gostosos de fazer. (Não perguntei para o pediatra se tem problema, até pq ainda não fomos, mas depois eu descubro hehe)

Uma amiga minha (Bia Takata) que teve bebê 15 dias depois de mim disse que já estava dando banho no chuveiro, tomava banho com o Flavio (Gohan) e ele adorava. (como assim?)

Então resolvi tentar. Confesso que sentia medo de entrar água nos olhinhos dela, de deixar cair e tal. Mas deu tudo certo.

Tomar banho com um bebê recém nascido é uma das melhores sensações do mundo. Coloco ela no meu peito, tão pequenininha sem roupa, sem fralda, sem nada, e ela fica tão tranquila com a água caindo nas costas, parece um sapinho rosa. hehe

É um momento delicioso, pois me lembra o momento em que foi colocada no meu peito, o contato da minha pele com a dela, assim que saiu da minha barriga, toda sujinha, mas toda lindinha e esperta.

Agora tomo banho com ela todos os dias. As vezes o Diego papai vai ajudar a pegar ela, ou então, deixo ela peladinha na banheira em cima do suporte (meu berço improvisado portátil) enrolada no cobertor e tomo banho rapidinho, depois pego ela e dou banho.

Algumas vezes até mama no chuveiro. Ela adora o barulho, fica quietinha mesmo peladinha no "berço" hehe. E eu aproveito para cantas as musiquinhas que cantava quando estava grávida, tambpem cantava no chuveiro ("as famílias poderão ser eternas" e "ouvindo o cantar de um passarinho" - não sei o nome da musica hehe)

Agora banho de balde, que dá mais trabalho, só quando ela ta mais manhosinha, com cólica e ela relaxa mais.

Fica a dica para as mamães que ainda tem medo, aproveitem que o bbzico é pequenininho, quanto menor mais gostoso hehe